Testes para cardíacos marcam o sábado das quartas de final, pela Copa Entre Amigos 2016

Como já era previsto, não haveria jogo fácil nas quartas de final da Copa Entre Amigos 2016, que celebra a Libertadores da América. Porém, o que ninguém esperava, era que as partidas envolveriam tanta emoção. Para quem acordou cedo e foi até o Cáncun acompanhar o primeiro jogo, o sábado já começou com o coração a mil. Atlético Nacional e Racing fizeram as quartas mais emocionantes do dia, e não seria muito dizer que apresentaram o jogo mais alucinante do campeonato até aqui. Após uma batalha em quadra, com resultado de igualdade, a vaga na semifinal foi decidida nas penalidades.

Após o embate, adentraram ao campo de batalha Cerro Porteño e Deportivo Cali. Os verdes, desfalcados por Nereu, ludibriando-se com os Jogos Olímpicos; os vermelhos, sem Digol, que sofreu com sua ‘mão boba’ na rodada passada e, por isso, cumpriu suspensão durante o primeiro tempo. River Plate e Pumas, e Olímpia e Toluca fecharam as disputas por vagas entre os quatro melhores da Copa Entre Amigos.

Confira o resumo das partidas do sábado.

Atlético Nacional x Racing 

Para quem achava que o jogo seria ‘tranquilo’ para o Atlético Nacional, o Racing deu uma resposta bem contrária.  Os argentinos entraram em quadra com o coração na ponta da chuteira, e propuseram dar o máximo para conseguir a classificação. Os colombianos não fizeram diferente, mas talvez não esperassem por tanta dificuldade, já que se classificaram como líderes e enfrentavam o oitavo colocado da primeira fase.

A partida começou disputada e equilibrada, com um pouco de estudo das duas partes. Quem tomou a iniciativa de ir para cima foi o Racing, tanto que o time abriu o placar, com gol de Tevez. Na sequência, o Atlético Nacional empatou, mas foram os azuis que seguiram pressionando, e conseguiram mais um gol. No entanto, o time levou a virada, e terminou o primeiro tempo perdendo por 3×2.

No segundo tempo, os argentinos entraram com ainda mais garra, sabendo que este poderia ser o último jogo da vida deles dentro da Libertadores. Em lances aguerridos, viraram o placar, e abriram dois gols de vantagem. Até aí, a torcida fanática dos hermanos acreditava piamente na classificação, o que antes do embate começar parecia algo impossível de ser alcançado.

Contudo, em poucos minutos, os Narcos mostraram porque terminaram a primeira fase na liderança. João Pedro marcou duas vezes, e Cássio uma, invertendo a vantagem. Mesmo assim, os argentinos não desistiram. Faltando menos de cinco minutos para o fim do jogo, duas das boas surpresas da Copa protagonizaram um lance a ser esquecido por eles. João Pedro recuou uma bola na fogueira para o goleiro Jonathan, que quis inventar de driblar o jogador adversário, a poucos metros de sua área. Resultado: a bola foi roubada, e sobrou nos pés do artilheiro do campeonato, que garantiu o empate e, com isso, os pênaltis.

A disputa por pênaltis não deixou nada a desejar à partida. A emoção tomou conta dos jogadores e de todo o ginásio. Com ótimas cobranças, os dois times não davam chance de defesa aos goleiros. Isso até ao oitavo batedor. Já nas cobranças alternadas, após sete bolas na rede para cada lado, Dentinho, do Racing, foi para a batida. Visivelmente nervoso, o jogador confessou que não queria bater pênalti, inclusive deixando o goleiro Robson finalizar antes. E o receio se confirmou. O camisa 8 dos argentinos escolheu o mesmo canto que o goleiro Jonathan, que se redimiu da falha que levou às cobranças, e pegou o último tiro.

Mas ainda não havia acabado. Leocádio, jogador de nível D dos verdes, ficou com o coração acelerado quando viu que sua cobrança poderia decidir a vaga da equipe às semifinais. Após ser abraçado e incentivado por todos, o jurista ouviu seu nome ser bradado das arquibancadas, e partiu para a cobrança. Rasteira e arteira, a redonda morreu nas redes, decretando o avanço dos líderes.

Leocas, ainda meio tonto pelo feito, relatou palavras incompreensíveis para quem não fez cinco anos de Direito e uma pós em escrita jurídica. “Conspícuo. Concupiscente. Espaventosa. Partida que demonstrou nossa capacidade de adaptação ao adversário, que foi perfeito, marcou muito bem e teve seu coelhinho da Duracell (Tevez) em dia de craque. A classificação nas penalidades coroou a intensidade da garra e determinação da nossa equipe, que converteu todas as cobranças sem chances de defesa ao goleiro adversário. Estamos de parabéns. Agora que venha o Kung-fu Panda (Alisson) e o Pumas”, finalizou desafiando os mexicanos, adversários da equipe na semifinal.

Já pelo lado azul, Robson foi quem deu a última declaração do time em 2016. “Foi um jogo no qual conseguimos mostrar o quão bom é nosso time. Jogamos completos, definimos nossa estratégia e fomos para o embate. Mas não e à toa que o Narcos teve a melhor campanha da CEA. As duas equipes promoveram um espetáculo para toda a torcida. Mas o melhor da Copa Entre Amigos é a família que se forma. Joguei com mais sete grandes atletas e também formei novas parcerias com pessoas de outras equipes. Agora é torcer pelos times que continuam, que cada um faça o seu melhor e alegrem os olhos dos espectadores”.

No próximo sábado, às 10h30, os verdes voltam às quadras para encarar o Pumas, pela em uma das semifinais da CEA 2016.

Cerro Porteño x Deportivo Cali 

Cerro Porteño e Deportivo Cali adentraram às quadras do Cáncun logo após a batalha épica das 9h. Os dois times escolheram estratégias defensivas no início do combate. Os vermelhos não tinham Digol, principal atleta da equipe, e por isso preferiram resguardarem-se. Os verdes, sem Nereu, não fizeram diferente, e começaram com Maranhão e Roni como titulares, formando uma forte defesa. Como reflexo de todo o respeito ao adversário, o jogo começou estudado, com poucas jogadas de ataque.

Mas não demorou para que o Cerro rompesse a barreira do Cali em uma boa tabela, entre Sérgio e Jeff. O maestro dos vermelhos saiu com a bola dominada e, após a troca de passes, bateu de primeira para abrir o placar. Logo depois, em uma jogada de força e um pouco de sorte, Sérgio subiu novamente ao ataque e marcou, após bate-rebate no meio da área adversária: 2×0 Cerro. Após os 2×0, o Cali pediu tempo e colocou Baiak em quadra. O time ganhou ofensividade, e conseguiu diminuir o placar com gol do próprio Baiak.

Com o intervalo, os paraguaios ganharam o reforço de Digol, que subiu para fazer pivô e segurar o time verde mais atrás. O Cali colocou a cabeça no lugar e, depois de muita conversa sobre a estratégia a ser usada para o segundo tempo, entrou em quadra pressionando a equipe vermelha. Não demorou para a potência e precisão da perna esquerda de Magrão aparecer. Após bola rolada por Baiak, em uma cobrança de falta, o craque mais “reclamão” desta copa mandou um ‘pombo sem asas’ na gaveta de Edno, que apenas pôde admirar a bola passar perto de sua cabeça, mas sem que houvesse chance de seus braços compridos a alcançarem.

Com o gol tomado, o Cerro assustou-se pelo empate, mas não diminui o ritmo e manteve as portas fechadas para as jogadas adversárias. Digol surtiu efeito, marcando um gol após jogada de pivô, quando girou e bateu forte, devolvendo a vantagem numérica no placar para os vermelhos. Foi a vez dos colombianos ficarem assustados.

Com o jogo caminhando para o fim, e com o placar adverso, não havia outra alternativa que não avançar o time, para buscar ao menos o empate. O que eles não esperavam era que, em uma jogada de lateral, sem muitas pretensões, o Cerro marcasse e abrisse dois gols a frente. Foi praticamente o golpe final, que retirou os últimos suspiros de força do Cali, time que ainda brigou até o fim para não cair, mas sem sucesso.

Um dos destaques do embate, Palhinha – ou Sérgio, pelo lado do El Cíclon (apelido da equipe do Cerro), avaliou a partida. “Considero o Cerro um grupo homogêneo, que conseguiu um bom entrosamento. Por isso, mesmo desfalcado por Digol, conseguiu imprimir um ritmo forte no primeiro tempo e anular as principais jogadas adversárias. Abrimos dois gols de vantagem, o que nos deu tranquilidade. Apesar disso, eles conseguiram buscar o empate, mas aí prevaleceu a qualidade individual do nosso nível A, que entrou para ajudar a equipe, marcando duas vezes e definindo o placar. Nosso time tem um espírito de grupo muito forte, e nossa marcação funciona bem”. Classificado para a semifinal, o atleta declarou que acredita que o time chegue à final. “Será um jogo muito difícil. Ninguém chega em uma semi se não tiver qualidade. Mas acredito no Cerro, sem nenhum menosprezo. Queremos ser campeões, acreditamos que podemos. Quem errar menos e colocar mais raça em quadra, passará”.

Leandro, um dos goleiros revelação do campeonato, também fez a avaliação do combate, pela ótica Caliana. “A esperança aumentou quando soubemos da suspensão do Digol, mas sabíamos que isso não tornaria o Cerro mais fraco, então seguimos com foco e com muita vontade. Entramos sabendo que não poderíamos errar, precisávamos do jogo perfeito. Infelizmente, logo que o jogo começou, nossa marcação não acompanhou uma tabela do Cerro e o Palhinha marcou. Os paraguaios fizeram um jogo perigoso, nos deixando dominar a quadra. Com a entrada de Baiak, o jogo melhorou, mas em mais dois erros de marcação, tomamos dois gols, o que decretou quem iria para casa e quem continuaria. Fica para o Cali a decepção por não ter avançado e o amargor de um campeonato instável. Porém, venceu quem deveria vencer”.

Eliminado, o Cali parabenizou os atletas do Cerro pela campanha e pelo jogo. Com o mesmo gesto, os atletas paraguaios agradeceram pelo confronto limpo em quadra.

Na semifinal, que acontece no sábado (13), o Cerro Porteño enfrenta o Olímpia, às 9h30.

Pumas x River Plate 

Pumas, o plural de um dos felinos mais temidos do reino animal. Nas quadras do Cáncun, nome que também reluz aos mexicanos, os marrons localizaram sua presa: um time argentino, chamado River Plate. Mas, como tradição mundial, a carne argentina é uma das mais apreciadas no mundo, o que faz com que seu valor não seja nada baixo. Trazendo para o futebol, o ditado que o River colocou em quadra foi “vendemos caro”.

Para ilustrar a afirmação dos ‘Los Millionários’, o jogo mostrou momentos de equilíbrio. Com um golpe certeiro de predador, o Pumas saltou à frente do placar, com Alisson. Poucos minutos após o lance, em um chute forte de Sebá, o goleiro Gito rebateu a bola no pé de Pacholek, que empatou. Ainda na primeira etapa, mais três gols. Dois dos brancos e um dos marrons. Com a virada, o River teve esperanças de que a carne argentina não seria o prato do dia servido aos mexicanos.

Porém, desfalcados por Pasini, e com o goleiro Roni jogando no sacrifício, o River viu o Pumas mostrar seu fôlego quase que inesgotável na segunda metade da caçada. Com Alisson faminto em quadra, o Felis concolor não deu trégua aos brancos, e venceu a segunda etapa por 4×0, dando dados finais ao confronto, com o resultado de 6×3. Pelo Pumas, quem discursou foi Tiago. “Foi um jogaço. Entramos com a marcação firme, e conseguimos impôr nosso ritmo de jogo. O destaque do dia foi, mais uma vez, Alisson, que está engolindo a bola. Outro ponto a se destacar é a garra deste time, que não para um minuto sequer, independentemente de quem está em quadra”.

A assessoria do River Plate enviou comunicado à imprensa, afirmando que seus atletas saem do campeonato de cabeça erguida, por terem feito uma excelente partida e uma boa campanha, mas tristes por acreditarem que poderiam ter ido mais longe. “A nós, resta a alegria de ter feito novos amigos e a esperança de termos mais um excelente campeonato no ano que vem. A Diretoria do River Plate agradece a todos que nos acompanharam nessa difícil jornada. Pedimos desculpas a nossa torcida por não termos conseguido a classificação. Ficamos contentes que as redes sociais nos mostraram que a torcida saiu satisfeita com a garra e vontade da nossa equipe”.

Sem jamais terem conquistado um título da Libertadores da América, o Pumas se vê a somente dois passos do paraíso: a taça da CEA 2016. O time entra em quadra neste sábado, às 10h30 da manhã, para enfrentar o Atlético Nacional.

Toluca x Olímpia 

O jogo que fechou o dia não deixou a desejar em emoção. Toluca e Olímpia foram para a quadra com os nervos a flor da pele, sabendo que aquele poderia ser o último jogo no ano ou significaria a passagem para a semifinal, colocando uma das duas equipes entre os quatro melhores de 2016.

Tanto Toluca quanto Olímpia fizeram uma temporada de oscilação. Os pretos começaram vencendo, nas duas primeiras rodada, mas depois tiveram uma sequência de cinco derrotas, o que levou o time para o limbo na classificação. Os bordôs perderam somente três jogos em toda a primeira fase, porém, abusaram dos empates e terminaram em quinto. No confronto entre os dois times pela fase classificatória, que aconteceu na sétima rodada, os mexicanos venceram por 3×1. Embora tenha havido essa alternância de resultados, pode-se apontar uma curva descendente do Toluca e uma curva ascendente do Olímpia, da metade para o fim da primeira fase. E essa situação foi refletida dentro de quadra, após o resultado de 3×2 favorável aos pretos.

O time de Favretto entrou em quadra com um desfalque importante: Marcelo Pancini, ou Pança, teve compromissos externos, e precisou deixar o time na mão no jogo decisivo. Gelson, Eugênio e Pica Pau se revezaram tentando suprir a ausência do atleta. E conseguiram, na maior parte do tempo. Do outro lado, o Olímpia compareceu com força máxima ao Cáncun.

No início, o confronto já mostrou que seria equilibrado. O primeiro gol saiu já com mais de 10 minutos jogados. Com duas boas apresentações dos goleiros Favretto e Brutus, os dois times precisaram de paciência para chegar às redes. E quem o fez primeiro foi o Toluca, com gol de Wellington, após assistência de Mozer. Na primeira etapa, foi isso.

Na volta do intervalo, o Olímpia foi para cima. Após várias tentativas, milagres de Favretto e bolas na trave, Hetchko conseguiu balançar as redes e deixar tudo igual. Mas o Toluca não deu sinais de que deixaria o jogo mudar. Mesmo com os pretos tendo mais chances de gol, foram os bordôs que pularam na frente novamente. Em uma falha de marcação do Olímpia, Edu Martins subiu sozinho e fez o gol de cabeça, após lançamento perfeito de Mozer, o garçom do dia pelo Toluca. Com muita luta e entrega, o time paraguaio buscou o empate, mais uma vez com Hetchko. Tudo indicava que a partida iria para uma disputa por pênaltis, até que o Olímpia fez uma substituição e colocou Bozo em quadra.

O atleta de nível D não compareceu aos jogos várias vezes durante o campeonato, por motivos profissionais. Mas no último sábado, a história coroou o esforçado atleta, que fez o gol da classificação do Olímpia para as semifinais. E não foi um gol qualquer, Bozo conseguiu, já caído, encobrir um dos melhores goleiros que a CEA já viu. “Eu estava desacreditado, mas nosso capitão Hetchko insistiu para que eu entrasse. Até que entrei, e vi na torcida todos os meus amigos, que sempre torceram para mim. A sensação que tive quando entrei foi péssima, porque vi que alguns dos jogadores do nosso próprio time desaprovaram minha participação. Eu já tinha previsto e dito que faria o gol da vitória. Na jogada, eu roubei a bola, toquei para o Samuel e ele devolveu, aí eu consegui acertar uma cavadinha que mostra que de nível D eu não tenho nada. Agradeço pelo apoio da torcida, da família, e de todos”.

Após o gol, ainda com alguns minutos para se jogar, o Toluca partiu para cima, e reclamou de uma não expulsão de Mano, após uma falta na entrada da área, em que o atleta foi advertido com cartão amarelo. Mesmo com a luta, não adiantou. “Acho que talvez tenhamos cometido alguns erros de escalação, e não fizemos nosso melhor jogo. Além disso, tivemos erros individuais que decretaram nossa eliminação. Faltou um pouco de confiança mútua dos atletas também, durante todo o campeonato. Trabalhamos sempre com um time enxuto, sem explorar novas escalações e possibilidades. Enfim, agora é tocar o barco e saber que ano que vem tem mais CEA”, lamentou Pica Pau.

Esse episódio da Copa Entre Amigos 2016, mais que qualquer outro, conseguiu mostrar a importância de um elenco completo presente. Não importando se os jogadores são classificados como nível A ou D, todos podem ajudar as equipes a vencerem.

Entre os quatro melhores times de 2016, o Olímpia entra em quadra para encarar o Cerro Porteño, às 9h30, no próximo sábado.

Jeferson Nunes

Coordenação de Comunicação

Copa Entre Amigos 2016

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